domingo, 5 de abril de 2009

Rea Tech - Abril de 2009

Mais um ano e a Rea Tech nos presenteia com uma enorme variedade de produtos para o atendimento e independência para os portadores de algumas incapacidades.
O espaço previlegiado para o evento pode favorecer um grande número de visitantes e uma acessibilidade crescente.
A organização para a inscrição e finalmente a entrada foi um pouco tumultuada mas, sinto que devemos sugerir algumas mudanças para maior agilidade para este caso.
Como sempre, todas as vezes em que visito a feira vou direto aos locais que pretendo ver e comprar novidades. Neste ano, me senti bastante irritada pois, algumas situações me fizeram pensar em como melhorar a distribuição dos boxes neste espaço tão amplo.
A feira deveria distribuir os boxes de forma a organizar o visitante.
Os produtos âncoras foram, sem dúvida, a Fiat, Ford, Renault entre outros grandes e se posicionaram estrategicamente na região central, outros tantos, foram posicionados ao redor em ruas POUCO sinalizadas.
Na minha concepção, os boxes que contemplavam incapacidades específicas, deveriam estar próximas uma dos outras para que todos pudessem ser visitados. Assim, todos os produtos e trabalhos oferecidos para uma clientela com baixa visão ou com cegueira por exemplo, deveriam esta juntas em um setor e o mesmo para as demais.
Eu e outros, com quem pude trocar informação, não conseguimos visitar todos os boxes que pretendiamos pois, acabamos nos entretendo com outros produtos que se encontravam pelo caminho, de maneira que, ao final de um dia, muitos boxes não foram visitados e os objetivos iniciais não foram alcançados.
Outra constatação foi a presença de cadeirantes pelas ruas e boxes. Quanto a presença deles ou das cadeira, nada tenho contra mas, o que mais me chamou atenção foi a intensidade com que eu tive que recuar rapidamente da mira daquelas rodas. Ou seja, eu me senti uma intrusa.
Vocês já foram ao EUA e aos supermercados de lá e, ao retornarem ao Brasil, se sentiram nervosos com as inumeras trombadas nestes lugares públicos? Pois eu assim me senti. As pessoas cadeirantes atravessavam as ruas do Centro de exposição pouco se importando se você intensionava ir para a direita ou para a esquerda. Você que prestasse atenção e desse prioridade a eles.
Nunca tive esta sensação tão forte como nesta exposição. Será que eles são mesmo assim?
Eu convivo com cadeirantes porém, sem autonomia em suas cadeira e sinceramente não tenho vivencia com os demais.
Pensando neste fato, me ocorreram algumas perguntas sobre os cadeirantes e sobre nós, terapêutas, que ensinamos as pessoas a usá-las.
-Qual o sentimento de um pessoa na cadeira de roda ao se deslocar por caminhos estreitos em um centro de exposição com inúmeros indivíduos com marcha independente?
-Serão eles pessoas desligadas sobre este fato em questão?
-Serão eles possoas sem esta vivencia de disputa espaço ?
- Serão eles pessoas cujo conceito de limite se estende além do habitual?
Sem nenhuma crítica negativa, gostaria de obter informação de quem souber, porque nunca havia me importado com este comportamento. Será que ao longo de nossa experência como profissionais de reabilitação, passamos por cima destas importantes regras de sociabilização para com eles? Será que também os atropelamos?
- PODE SER SIM!!!!!!
RDM / 05/04/2009