CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM
FONOAUDIOLOGIA NEUROFUNCIONAL
PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
2015-2016
BIOMECÂNICA DAS FUNÇÕES ORAIS.
Biomecânica e cinesiologia
dos movimentos orais, ortopedia facial, ortopedia funcional dos maxilares em
pessoas com deficiência.
Regina Donnamaria
Morais
Fonoaudióloga
Instrutora Senior
Básico e Baby no conceito neuroevolutivo Bobath
Mestre em distúrbios
do desenvolvimento
Doutoranda em
pediatria pela UNIFESP
Teresina, 2016
v Fundamentação teórica do movimento global com o
movimento oral.
Os recém-nascidos apresentam habilidades cada vez
mais refinadas em suas etapas de
maturação. Sua exposição aos cuidados neonatais promovido por seus cuidadores e
sua história interacional com o meio, exigem competências no seu processo de
desenvolvimento integral.
Todo processo de desenvolvimento se
faz por meio de um estímulo sensorial e uma resposta motora. O movimento é uma
"ferramenta" fundamental para que o homem possa explorar a si mesmo e
o mundo que o rodeia. É através dele que podemos andar, correr, comer, pular,
pegar enfim, realizar qualquer atividade que desejamos.
O movimento é precioso e está
presente em todos os atos da nossa vida, da inabilidade para a habilidade.
Importante se faz apresentar alguns
conceitos essenciais como: movimento,
ação e habilidade.
Movimento corresponde a mudança espacial no
tempo real e envolve energia, controle e produção de força. Ação
é um comportamento dirigido à uma meta especifica com um propósito (uma ação
dirigida). Habilidade refere-se a
uma capacidade exercitada, praticada, que o perito apresenta na execução de uma
serie de tarefas. É uma execução segura e estável, com grande probabilidade de
sucesso.
O desenvolvimento motor na infância caracteriza-se pela aquisição de
um amplo espectro de habilidades motoras, que possibilitam à criança um amplo
domínio do seu corpo em diferentes posturas, tanto estática como dinâmica. Possibilita locomover-se pelo meio
ambiente de variadas formas andando, correndo ou saltando, crescer na
habilidade da alimentação, habilidade de manipular objetos e instrumentos diversos como: bolas, lápis,
colheres ou copos.
Habilidades básicas são requeridas para a condução
de rotinas diárias, em casa e na escola, como também, servem a propósitos
lúdicos, tão característicos na infância. A cultura social requer das
crianças, já nos primeiros anos de vida, e particularmente, no início de seu
processo de escolarização, o domínio de várias habilidades.
Essas habilidades básicas são
vistas como alicerce para a aquisição
de habilidades motoras específicas e
especializadas em qualquer área de execução.
Essa relação de interdependência
entre as fases de habilidades básicas
e de habilidades especializadas
denotam a importância das aquisições motoras iniciais da criança, que
atende, não só, as necessidades imediatas na 1a e 2a
infância, como traz profundas implicações para o sucesso com que habilidades
específicas são adquiridas posteriormente.
O sistema
nervoso possui motoneurônios que
controlam os músculos para a realização de movimentos. A conhecida Unidade
Motora é constituída por um Motoneurônio
e as Fibras Musculares inervadas por
ele.
Grupamentos
musculares que possuem grandes unidades motoras proporcionam gestos
motores com menor precisão e músculos
que possuem pequenas unidades motoras proporcionam movimentos com maior precisão.
Os movimentos podem ser classificados em: voluntários, movimentos automáticos e movimentos involuntários.
Movimento voluntário é o movimento cuja a produção e a execução são planejadas de forma consciente e controlada constituído se de
três distintos níveis: nível do Planejamento,
nível Tático e nível da Execução.
v O
planejamento é a ativação da zona pré-motora.
Área que planeja o gesto, desencadeia um potencial de
ação para o córtex sensório-motor, e deste, os envia, sob comando, para o tálamo, especificamente para
os núcleos da base.
Deste, o potencial de ação diverge para o cerebelo e
para o tronco cerebral, seguindo para a medula e para os músculos, via
motoneurônio, iniciando a contração muscular.
Posteriormente, estímulos
sensoriais chegam ao cerebelo,
informando sobre a execução do movimento.
No cerebelo,
há o encontro de informações sobre a ação
motora idealizada e a ação motora
realizada. Neste momento, é feita
uma comparação entre elas e o
resultado é enviado para o córtex
sensório-motor, que corrige o
movimento, a fim de torná-lo mais
preciso.
Para a execução
de um gesto são realizadas milhares de correções, e a precisão das
correções aumenta com a experiência na execução.
Em indivíduos com lesão cerebelar, essa capacidade de comparação e correção dos
movimentos é perdida, fazendo com que esses indivíduos realizem gestos
erráticos, com força excessiva ou insuficiente, e mudanças indesejadas de
direção.
Movimento automático: É um movimento coordenado a partir da área motora que já foram
aperfeiçoados, não necessitando mais de planejamento para serem realizados,
como por exemplo: marcha inicial do
bebê, a fala e a escrita.
Quando o gesto
motor é estruturado e automatizado, constitui um programa motor ou engrama: uma via neuromuscular
que, uma vez estimulada, se repete automaticamente. Assim, sempre que o
indivíduo desejar realizar essa ação motora, ela será reproduzida da mesma
forma.
Movimento involuntário: Este movimento, diferente dos anteriores, não
necessita de controle cortical, pois ocorre na região medular. São movimentos reflexos, divididos em três
tipos: reflexo miotático, reflexo
miotático inverso e reflexo
flexor ou de retirada.
Ao longo do tempo foram criadas
diversas teorias para explicar o controle do movimento humano, dentre as quais
destacam-se as teorias do processamento
de informações, teoria dos circuitos aberto e fechado, teoria neuromaturacional
e mais recentemente a teoria dos sistemas dinâmicos.
O escopo das investigações envolvem
predominantemente a análise de habilidades motoras com forte componente genético e o resultado da
interação dos fatores endógenos e exógenos no processo de desenvolvimento de habilidades e
capacidades motoras, não apenas com a preocupação de observar e descrever
mudanças no comportamento motor ao longo da vida do ser humano, mas também
buscando hipóteses que possam explicar ou predizer tais mudanças.
Dentre as razões que tem levado o
interesse crescente pelo conhecimento acerca do desenvolvimento motor,
destacam-se:
a) os paralelos existentes entre o
desenvolvimento motor e o desenvolvimento neurológico, com implicações para
o diagnóstico do crescimento e desenvolvimento da criança;
b) o papel dos padrões motores no
curso de desenvolvimento humano, com implicações para a educação da
criança, bem como para reabilitação de indivíduos com atrasos ou desvios de
desenvolvimento;
c) adequação e estruturação de
ambientes e tarefas motoras aos estágios de desenvolvimento, de forma a
facilitar e estimular esse processo.
A teoria de controle postural baseada em respostas reflexas hierarquicamente
organizadas e desencadeadas por informações sensoriais independentes, tem
cedido lugar a uma visão sistêmica,
que enfatiza a múltipla organização e
interação neural.
Esta nova visão sugere que: o
controle postural emerge da interação
entre indivíduo, tarefa e ambiente, não podendo ser mais visto como
simples resposta reativa a um estímulo sensorial, mas sim como uma habilidade
baseada na experiência, intenção e adaptação
.
O controle motor envolve aspectos aplicados tanto ao controle do movimento quanto ao controle
postural.
v O Controle Postural envolve a orientação
postural e o equilíbrio.
A orientação
postural é
definida como a habilidade de manter a relação apropriada entre os segmentos
corporais e o ambiente. Depende do controle
do alinhamento corporal, do tônus
em relação à gravidade, à
superfície de suporte, às
referências internas e às informações
sensoriais.
O Equilíbrio postural, ou balanceamento muscular é a propriedade do sistema nervoso
central à habilidade de manter a
posição do corpo, especificamente,
do centro de massa através da
inter-relação das várias forças que agem sobre o corpo, incluindo a fôrça da gravidade, dos músculos e da inércia.
Pode-se dizer que a tarefa básica do equilíbrio é a manutenção da estabilidade corporal tanto
em condição estática quanto dinâmica.
O equilíbrio ou balanceamento muscular permite que o corpo se
levante, ergue a cabeça para cima e dirija sua face para frente, enquanto os
olhos são capazes de seguir e acompanhar estas modificações posicionais da
cabeça.
Para cumprir essa função o sistema
nervoso central deve contrair, preferencialmente,
um conjunto de músculos esqueléticos agonista e antagonistas, cuja ação permite
o ortostatismo.
Entende-se por músculos posteriores os músculos extensores cervicais e tóraco-lombar
(trapézio, e músculos longos do pescoço) e por músculos anteriores o grupo suprahioideo, infrahioideo e músculos da face como os músculos
levantadores da mandíbula (M. Temporal anterior, masseter e pterigoídeo medial),
que elevam a mandíbula e determinam a postura gnática de boca fechada e
músculos da mímica.
Como o equilíbrio não exclui nenhum
grupo muscular, os músculos extrínsecos do globo ocular acompanham este ajuste
postural, eliminando situações de nistágmo e/ou vertigem.
Por razão de equilíbrio, deve haver um balanço entre a musculatura estomatognática
situada anteriormente ao pescoço com a musculatura cervical posterior,
resultando na adequada postural da
cabeça com elevação da mandíbula.
Este balanceamento é necessário, devido a localização do centro da
ação da gravidade ( COG) sobre a cabeça.
v
Biomecânica corporal funcional
Entre
as abordagens sobre o movimento e
postura humana, verificamos que interessantes descrições são propostas e
explicadas por meio da Biomecânica,
considerando equilíbrio postural, Centro de Gravidade, Centro de Massa, Centro
de Apoio
Biomecânica: É a ciência que utiliza os
conhecimentos da mecânica para o estudo
do comportamento de seres vivos. É o estudo dos ajustes finos articulares e as
conduções musculares que se propagam
para os movimentos dos ossos.
As forças sincronizadas dos grupos
musculares e das cadeias musculares extensoras e flexoras, juntamente com as
articulações, são as que permitem que uma estrutura possa exercer um movimento
ou uma postura.
Considerando nosso objetivo de
estudo, o complexo orofacial apresenta
estreita relação com a Biomecânica da coordenação motora,
considerando Mandíbula, ATM e as
estruturas internas móveis como: a língua, palato mole, epiglote, hióide, laringe
e complexo cricóide, dependentes das mesmas grandeza estabelecidas para o
equilíbrio da postura corporal global.
Duas grandezas podem ser obtidas, na
manutenção do equilíbrio para o estudo
da postura, são elas: o Centro de Massa do corpo, Centro da
Gravidade e o Centro de Pressão.
Centro de massa (COM):
é o lugar geométrico
de massa, independente do campo gravitacional. O estudo da trajetória do
centro de massa do corpo humano é realizado para compreender os mecanismos de
controle postural em diferentes ações motoras.
Centro de Gravidade (CG)
é o vetor que representa
o peso do corpo, geralmente localizado
alguns centímetros à frente da articulação lombo-sacral, na altura do quadril.
É a região em que o Indivíduo pode se deslocar ligeiramente na base de apoio,
sem que seja necessário modificar a base ou recorrer a algum auxílio externo.
No corpo humano o Centro de Massa
pode coincidir com o Centro de Gravidade.
Centro de pressão (
COP): Resulta da
interação das fôrças de reação do solo com
o apoio do corpo humano ou seja, a base de apoio e equilíbrio. O COP é
uma medida de deslocamento e é influenciado pela posição do centro de massa
(COM).
Balanço Postural é a oscilação natural que o corpo
apresenta quando está na postura ereta.
Considerando alguns fatores Biomecânicos, a manutenção desta posição (em pé ou sentado) exige um complexo sistema sensório-motor de controle,
proveniente das aferências sensoriais, produzindo respostas manifestadas pela
atividade muscular, para eventuais correções dos desvios do CG do corpo. Esta estabilidade é alcançada gerando
momentos de força sobre as articulações ( todas,
inclusive a ATM) do
corpo.
O CG se altera com o aumento de
massa muscular nos seguimentos tanto superior como inferior ao CG (Crianças com mielominingocele, alta ou baixa,
diplegia)
v Biomecânica da postura
Postura é um conjunto de posições das
articulações do corpo em determinado momento.
A melhor postura é a que exerce
menor estiramento muscular, menor estresse das estruturas, menor gasto
energético e maior eficiência no uso do corpo. É uma ação dinâmica de forças aplicadas sobre os ossos e músculos.
Postura ideal é uma postura onde forças sustentam
e conduzem o corpo com menor sobrecarga, menos esforço e maior eficiência.
A Manutenção da postura depende de ação muscular contínua sob efeito
da ação da gravidade que é resultado das fôrças aplicadas no apoio, na
superfície.
v
Função alimentar e o complexo orofacial.
O Sistema estomatognático formado por estruturas orais, músculos,
vasos, nervos e tecidos é uma unidade morfuncional anatomicamente integrada e
fisiologicamente coordenada.
O processo mastigatório normal esta constituído por uma série de
altas funções coordenadas que intervém varias estruturas estomatognáticas,
fenômenos químicos, enzimáticos e mecânicos.
v
Alteração funcional do sistema estomatognático.
Oclusão
A normalidade e a anormalidade da oclusão é determinada pela forma
como funciona e a repercussão sobre os diferentes componentes do sistema
estomatognático e não pelo alinhamento dos dentes na arcada e sua relação
estática.
A posição dos dentes depende de fatores chamado de Força de oclusão
que determina a relação de normalidade. Forças estas que depende do
desenvolvimento das estruturas, erupção das peças dentárias, contato inter
arcadas, tônus e forças musculares, deglutição e função de deglutição e mastigação.
v
Postura da cabeça e cintura escapular no papel da oclusão.
Ontogenéticamente, o crânio tem evoluído em sua expansão óssea, em
associação ao número de neurônios como resultado de vários fatores, entre eles:
as função cognitivas, a bipedestação e uma adaptação da postura perfeitamente
ereta, além das condições estática e dinâmica.
Cecilio & Abdías (2007) assinalam que a evolução à
bipedestação necessitou de uma
modificação na mecânica da mandíbula, além da adaptação morfológica da mesma, como a projeção do bordo anterior da mandíbula
que caracteriza a região mentoniana no homem.
A posição da cabeça quase
nunca é uma posição fixa, pelo contrario, a posição da cabeça é extremamente
dinâmica durante todas as funções orais, especificamente, no ato de alimentação
e durante várias funções de uma pessoa. A posição da cabeça influencia na
posição de descanso da mandíbula, posição as estruturas musculares do pescoço,
posição do osso Hióide, musculatura supra e infra hiopideana, posição da língua,
ação de mobilidade de palato mole, laringe, epiglote, língua, padrão de erupção dos dentes e no
desenvolvimento normal e anormal da oclusão.
v
Desenvolvimento do equilíbrio postural e sua relação com qualidade
e quantidade de movimento.
A cabeça em relação a coluna cervical apresenta maior volume
ósseo, centro de gravidade e maior peso a frente da
coluna cervical, razão pela qual para o
equilíbrio postural da cabeça, possuímos longos e largos músculos na
região posterior da cabeça e da cintura escapular e uma grande quantidade de
curtos e finos músculos na região anterior do pescoço, como os músculos que se
originam no osso hioíde, músculos digástricos, milohioídeos e músculos geniohioídeos,
todos eles com inserção mandibular. Para estabelecer a unidade cabeça pescoço,
a mandíbula precisa se fixar através dos músculos elevadores.
O mecanismo de equilíbrio crâneo- coluna- cervical e mandíbula,
relacionados entre si por elementos musculares e articulações (ATM, oclusão
dentária e articulação atlantocciptal), pode ser demonstrado por exemplos
simples.
Com arcadas dentárias em oclusão e cabeça em extensão esse movimento
apresentará um limite na direção da extensão do movimento. Para uma extensão
maior da cabeça, isso só poderá acontecer se houver um deslocamento das arcadas
em abertura. Este exemplo nos mostra a ação dos grupos musculares anteriores do
pescoço na extensão da cabeça, na posição da mandíbula, cabeça e pescoço.
Assim sendo, toda ação ou condição que altere a atividade de um
grupo muscular afetará a posição da mandíbula e consequentemente a musculatura
funcional do complexo oro facial.
O mesmo pode ser observado com os demais músculos do complexo em
relação ao movimento da cabeça.
Outros experimentos também comprovam a alteração da mandíbula como
tentativa de manutenção do equilíbrio frente
a uma alteração da posição da cabeça. Outros trabalhos com mesmo foco
demonstram que a posição da mandíbula se altera frente a um reflexo tônico
cervical (simétrico e assimétrico)
Estes exemplos nos faz ir, mais além, na hipótese de que se houver
uma alteração espacial dos elementos,
cabeça e do tronco, esta alteração influenciará na postura da mandíbula e, mais
amplamente associado, podemos supor que uma alteração na base de apoio do corpo
no espaço, influenciará nas grandes cinturas (pélvica e escapular) e no binômio
cabeça - pescoço e, consequentemente na posição da mandíbula.
Segundo Schawatz y Posselt os contatos dentários também se
modificam frente a uma postura alterada de cabeça quando comparados com a
postura alinhada da cabeça.
Em uma flexão de cabeça e pescoço a mandíbula se protrui, pela
força da gravidade e posição dos músculos da região hioideana, que aproxima
seus pontos de inserção. Nesta posição da mandíbula, somente os pré-molares e
os caninos fazem contato entre sí.
Na posição de extensão de cabeça e pescoço, a mandíbula se
posiciona para cima e para trás e os contatos se fazem atrás dos pré-molares,
ocasionando uma elevação dos côndilos mandibulares e um abaixamento do corpo da
mandíbula por tração dos músculos supra e infra hioideos.
A posição de inclinação lateral da cabeça e pescoço leva a uma
compensação da mandíbula se deslocando para o lado oposto à cabeça e promovendo
um contato tênue homolateral e um contato em cúspides do lado contralateral.
A rotação da cabeça e pescoço produz um contato do lado homolateral
do movimento. Nesta posição a mandíbula efetua um pequeno movimento de rotação
sobre um eixo vertical deslocando o ramo mandibular homolateral e o corpo mandibular
contralateral.
Estes exemplos nos assegura de que, mesmo tendo duas articulações a
mandíbula se comporta como um osso único articulado com o crânio por uma
conexão crânio - mandibular e funciona
de forma simultânea e sincrônica.
Ademais, comprova que as disfunções
biomecânicas da unidade cabeça-pescoço-tronco-pélvis-pés podem ocasionar má
oclusão e perder a estabilidade funcional, apresentando uma repercussão
patológica sobre o sistema estomatognático.
v
Músculos envolvidos do movimento da ATM:
Temporal
|
Plano e largo
|
elevador
retração*** e
estabilizador
|
Mov.
rápidos
e curtos
|
Masseter
|
Grosso e curto
|
elevador
|
Longa e poderosa força de contração
|
Pterigoideo medial e interno *
|
Retangular e grosso
|
Elevador
e
protrusão
|
Contração simultânea leva para cima e adiante.
|
Pterigoideo lateral e externo
|
Curto **
|
Protrusão
Retração e depressor
|
**
|
* o Músculo pterigoideo interno ou medial trabalha em conjunto com
o músculo masseter mas não é tão poderoso
** O musculo pterigoideo lateral possui dois ventres: A porção
superior que se inserem à capsula articular, menísculo da ATM e côndio mandibular. A porção inferior
se inserem na superfície anterior do côndilo.
A contração de ambos pterigoideos
laterais possibilita a retração da mandíbula, estabiliza o côndilo e menísculo
articular durante o funcionamento da ATM.
A contração de um dos pterigoideos laterais possibilita o
deslocamento para o lado oposto já que o mesmo leva o côndilo para baixo para
frente e para dentro. (mordida cruzada)
***Quando em repouso o
pterigoideo lateral tem um antagonista, o músculo temporal. A maioria das
fibras horizontais do músculo temporal estão dirigidas em um sentido de força
oposta as fibras do músculo pterigoideo lateral.
v
A relação crânio, coluna cervical ( C3,C4), mandíbula e osso
hióide.
Mandíbula X crânio:
A mandíbula esta articulada com o crânio pela superfície oclusal do
dentes, articulação alvéolo-dentaria, a articulação temporomandibular, sistema
muscular e sistema nervoso, sistema vascular e linfático.
Músculos suprahioídeos
|
|||
Músculos digástrico
|
Depressão e
Retrusão*
|
1-Ventre anterior
2-Ventre posterior**
|
1-Inervado pelo ramo mandibular.
Nervo trigêmeo (V)
2- Inervado pelo nervo facial (VII)
|
Músculo Milohioídeo
|
Estabiliza e eleva a língua durante a deglutição.
|
|
O. mandíbula
I. osso hióide.
Inervação: ramo mandibular do
Nervo trigêmeo (V)
|
Músculo estilohioídeo
|
Eleva a língua e o osso hioide
|
|
O. apófise do estiloide
I.corpo do osso hioide
|
Músculo geniohioídeo
|
Depressão e retrusão da mandíbula***
|
|
O. superfície língual da mandíbula
I. osso hióide.
Inervação: 1o,2o,3o N Cervical
ramo anterior.
|
·
*o músculo digatrico deprime e retrui quando o osso hioide se
encontra fixo em posição pela ação dos músculos infrahioideos e músculo
estilohioídeo.
·
** o ventre anterior é ligado ao posterior pelo tendão intermédio e
este unido ao osso hióide por meio de fibra da fáscia cervical profunda.
·
*** quando o osso hióide se
encontra fixo em posição pela ação do músculo estilohioídeo.
v
Associação de aferências sensoriais com o
desenvolvimento do equilíbrio.
A
estabilidade postural depende da noção da posição e do movimento do corpo,
em relação ao campo gravitacional e em relação ao ambiente.
A
noção da posição e o controle postural
é formada a partir da informação sensorial de diferentes fontes como
a informação do sistema visual, do sistema vestibular e somatossensorial. A
noção e controle postural possibilita o equilíbrio do corpo em distintas
posturas.
O conjunto de informações sensoriais
cumpre a função de facilitar o equilíbrio criando um quadro de referências.
- Gravidade: A
representação da gravidade é um importante quadro de referência, onde duas
forças musculares aparecem para atuar contra a ação da força gravitacional
e para estabilizar o centro de massa (COM) sobre o suporte ( flexão e extensão;
adução e abdução)
- Massion sugere que as variáveis
que constroem o quadro de referências são o eixo vertical (formado pela cabeça e tronco e dependente da configuração
geométrica do corpo) e/ou o alinhamento
da projeção vertical do COM na base de apoio (depende da configuração
geométrica e das propriedades inerciais do sistema).
- Outro parâmetro de equilíbrio é a margem de segurança para o movimento
do centro de pressão (COP).
Desta
forma, o fluxo de informação sensorial sobre a postura é imprescindível
para o sucesso do uso adequado da margem de segurança do COP.
O
controle postural se baseia no monitoramento da representação interna da postura
para criar uma representação geométrica e cinética do corpo humano,
principalmente das forças aplicadas no apoio e da orientação do corpo em
relação à gravidade.
v
Sistema visual:
A percepção visual é o processo
de dar significado para as imagens no sistema nervoso. A retina, que recebe e
transmite a informação é um órgão periférico, mas pertence ao
sistema nervoso central. Rougier ( 2003) mostra que a visão afeta a
oscilação do COP e do COM. A informação visual tanto afeta a oscilação do
COM quanto o COP, mas torna a diferença entre os dois maior na sua ausência,
como também afeta de forma que o COP é utilizado para corrigir o balanço
postural.
v Sistema vestibular:
A principal função do ouvido
concerne ao sistema auditivo mas, no ouvido interno, a função
sensorial não está relacionada ao ouvir. O ouvido interno é composto pela
cóclea, parte do sistema auditivo e o labirinto, que não pertence a este
sistema. O labirinto auxilia a manutenção do equilíbrio e é uma parte
importante do aparelho vestibular.
O aparelho vestibular consiste dos órgãos do otólito: o utrículo e sáculo e os canais semicirculares do labirinto, que são cavidades no osso temporal associadas à cóclea.
Estas cavidades semicirculares são
preenchidas por um fluido que acompanha o movimento da cabeça, ativando
células que contêm extensões, como pêlos. Este sistema é inervado pelos
vestíbulo espinhal que controla a postura da cabeça e do pescoço e o trato
tecto espinhal que controla a postura do tronco e dos músculos
antigravitacionais dos membros.
As células dos canais
semicirculares respondem às acelerações angulares, o labirinto apenas
percebe as acelerações angulares da cabeça, causadas por movimentos de
flexão e extensão e rotação do pescoço.
A mácula do utrículo forma um plano
horizontal quando a cabeça está ereta. A mácula do sáculo detectam
alterações em relação a gravidade ou aceleração linear.
O sistema vestibular fornece informações
sobre as variações temporais das
velocidades angular e linear da cabeça.
O sistema vestibular envia
informações sobre a orientação da cabeça, em relação ao campo
gravitacional terrestre, percebendo a variação de aceleração linear e rotacional
da cabeça.
v Sistema somatosensorial:
O sistema somatossensorial difere de
outros sistemas sensoriais porque seus receptores estão distribuídos pelo
corpo e não concentrados em locais especializados e respondem a muitos e
diferentes tipos de estímulos.
Estão agrupados em quatro
categorias: tato, temperatura, posição do corpo e dor e servem para detectar
estímulos mecânicos, físicos e químicos.
Os impulsos aferentes somáticos (somáticos
gerais), exteroceptivos se originam de receptores desenvolvidos no tegumento e
medeaim sensação de tato, pressão suave, calor, frio, dor cutânea. Os proprioceptivos
se originam de receptores desenvolvidos no músculos, ligamentos, articulações e fáscias ou seja, nas estruturas
somáticas profundas.
As terminações nervosas livres são
receptores não encapsulados presente em
quase toda pele do corpo emergindo da camada subepitelial para as camadas mais
profundas onde terminam se arborizando. Muitas destas terminações são supridas
por axônios amielínicos. Um tipo especial é a terminação livre Disco de Merkel. Este disco ocorre na pele de
partes distais, na pele dos lábios e genitais externos.
As terminações nervosas encapsuladas
estão encerradas dentro de uma cobertura de tecido conjuntivo a saber;
corpúsculo de Pacini (ponta dos dedos, palma da mão e planta dos pés). São
também encontrados em ligamentos, periósteo, etc), corpúsculo de Meissner (
papilas dérmicas), Corpusculo de Ruffini e Bulbos terminais de Krause ( nos
lábios, língua e conjuntiva ( folículo piloso).
Periósteo: Dentre as funções do periósteo
destacam-se: Proteger o osso; Fixar músculos servindo como ponto de
origem e de inserção; Produzir novas células para fazer o osso crescer;
Produzir novas células para substituir as danificadas; Envolver os nervos que
envolvem alguns ossos; Envolver os vasos sanguíneos que nutrem o osso.
v
Corpúsculo de Vater-Pacini,
sensores de adaptação rápida, detectam vibrações nas faixas de 30 - 800Hz.
v
Corpúsculo de Meissner com
função de detecção de pressões de frequência diferente. ( mucosa gengival,
lábios, bochechas e língua)
Os receptores cutâneos são
classificados em mecanoceptores, termoceptores, nociceptores. Mecanoreceptores
localizados no esqueleto dermo-mucoso-muscular como pele, mucosa bucal,
periodonto, ATM, ligamentos e labirinto. Termoceptores, situados na pele e
mucosas. Quimioceptores de localização central, vascular, gustativa, olfativa e
nociceptores. Fotoceptores cones e bastonetes na retina e Acusticosórgão de
Corti e Ouvido interno.
Os receptores de tato localizados na
mucosa bucal são idênticos ou muito parecidos aos receptores do tato cutâneo. Eles
desenvolvem papel importante na fisiologia bucal, além de levar a sensação de
toque. Produzem ou despertam reações motoras bucais importantes, como as reações
orais funcionais. A pressão, por exemplo, sobre a língua e palato duro produz depressão
da musculatura elevadora da mandíbula na abertura da boca. Produz a
lateralização da mesma, desencadeando uma mastigação, uma deglutição ou um
articulação.
v Receptores articulares, sensibilidade articular ou cinesia.
As terminações receptoras
articulares são agrupadas, por vários autores ( Freeman e Wyke, 1967) em quatro categorias, cada qual
com sua propriedade funcional particular , mas são todos receptores de tensão,
dando a informação da tensão em várias partes da cápsula e ligamentos.
v ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES
Oclusopatia
é a condição que interfere com a eficiência das funções orais, durante a
atividade mandibular. Termo utilizado para má – oclusão ou maloclusão. A
oclusopatia encontra, entre outras especialidades médicas e odontológica, um
significado suporte multidisciplinar responsável pelo controle dos distúrbios de
crescimento orofacial.
Os
distúrbios de crescimento podem ter origens distintas ocorridas durante o
desenvolvimento. Os aparelhos ORTOPÉDICOS
FUNCIONAIS são os únicos que interferem na dinâmica mandibular, são os
únicos que mudam a postura da mandíbula.
O
primeiro princípio da ortopedia
funcional é a excitação neural, através do qual o toque do aparelho deve
considerar o tipo de material, o local de aplicação do estímulo, tempo de
duração e a frequência correta. Os estímulos devem estar coordenados com mecanismos de ancoragem que garantem o
reforço dos toques e, ao mesmo tempo, a estabilidade promovendo maior
intimidade com a estruturas orais. Também os espaços entre as estruturas orais
e o aparelho para resgatar a sintonia fisiológica entre crescimento e desenvolvimento.
A mandíbula é altamente dependente do estímulo funcional da
mastigação para crescer, desenvolver e manter equilíbrio funcional. Entretanto,
ela não surge desde cedo com o nascimento. Os primeiros ciclos mastigatórios se
estabelecem entre 4-5 anos. A mastigação denomina-se decídua, quando a dentição
decídua esta completa e, depois com as trocas das peças dentárias, recebe o
nome de mista ou permanente.
Por
muitas razões, a mastigação pode mudar sua forma balanceada definindo uma
lateralidade, seja por dor ou outra causa e, protetivamente, surgir um hábito
unilateral, ocasionando uma aclusopatia e até uma assimetria facial, dependendo
do tempo que esteja presente. Correção de um hábito implica em recuperar sabor,
movimento e força mastigatória.
Uma
assimetria funcional classifica um lado hemimandibular de lado de trabalho e o outro de lado
de balanceio. A hemimandibula do lado
de balanceio, lado contrário ao da mastigação, se desenvolve em seu
comprimento pelo estímulo de tração
posteroanterior solicitado na ATM.
Esta
ATM tem o movimento condilar maior para
alcançar o outro lado onde se realiza a mastigação, área de trabalho. A força
mastigatória está concentrada no lado da área de trabalho sobre a maxila. A
maxila se desenvolve transversal e posteroanterior do lado da mastigação. A
mandíbula tem menos estímulo–resposta deste lado, onde sofre uma torsão e se
desenvolve mais do lado oposto, chamado de lado
de balanceio.
A
maxila do lado de trabalho se
desenvolve por informação sensorial do ligamento periodontal, do osso alveolar,
do periósteo e do tecido conectivo da gengiva.
Os
macanoreceptores são estimulados por forças mastigatórias que transformam a
compressão em cargas biomecânicas de tensão e são distribuídas no osso alveolar
uniformemente. Por esta razão, toda pressão mastigatória aplicada no dente se
torna uma carga de tensão bioelástica para qual o osso alveolar é
particularmente resistente.
Quando os problemas
estruturais alcançam transformações muito graves, são incluídos no nível
multilocalizados, porque necessitarão de tratamento multidisciplinar mais
abrangente incluindo cirurgias, ortopedia funcional, fisioterapia,
fonoaudiologia entre outras.O exame clínico inclui cuidadosa interpretação da dinâmica mandibular destacando abertura, fechamento, lateralidade, retrusão e protrusão.
v Hábitos orais persistentes
O uso de hábitos orais
é inócuo, mesmo que removidos cedo? A resposta para esta pergunta pode ser elaborada após se
estudar o aspécto funcional da cavidade oral e não somente o aspécto
morfológico. Por exemplo; estes hábitos podem levar alteração da propriocepção
de lábios, estendendo esta alteração à mastigação, respiração nasal, sucção e deglutição, terminando por comprometer a
fala? Outra pergunta sobre hábitos pode ser feita com relação ao uso da
mamadeira e da chupeta de forma prolongada.
v Respiração
A respiração evidenciada desde o
nascimento promove condições favoráveis para o crescimento e desenvolvimento
das partes rígidas e de tecidos moles. A respiração nasal, com sua função,
apresenta vários benefício ao sistema corporal, iniciando por captação de ar, sua
passagem pelas narinas e estimulação de receptores que com suas terminações nervosas
controlam a respiração reflexa. Filtram, aquecem além de hidratar o ar e
favorecem a percepção de odores.
A resistência fisiológica do calibre
das narinas, além de regular a saída do ar, cria uma pressão permitindo que os pulmões extraiam mais oxigênio do ar
inspirado. Graças a respiração nasal
exclusiva, o bebê pode mamar no seio materno, coordenando a respiração com a
deglutição.
Além deste benefício, a respiração
nasal confere ao complexo oral a oportunidade para se desenvolver em tamanho,
postura, movimento e função.
A respiração oral é uma forma
adaptativa que ocorre quando ha um impedimento para a respiração nasal.
Crianças com respiração oral prolongada apresentam alteração facial, como
aumento vertical do terço inferior da
face, arco maxilar estreito, palato em ogiva, mordida aberta, protrusão do incisivos superiores, mordida
cruzada, posição baixa do osso hióide,
lábio superior curto, lábio inferior evertido, incompetência labial, hipotonia
dos elevadores da mandíbula, hipotonia lingual, alteração da postura da língua
para a deglutição e mastigação, além de alteração da postura global.
Também foi observado que a obstrução
nasal total causa imediata extensão da
cabeça, que influencia a atividade eletromiografica da musculatura do
pescoço e dos músculos da mastigação, podendo desempenhar importante papel no
ronco e apnéia.
A voz pode apresentar alteração por
ressecamento dos tecidos da laringe, que prejudica a vibração das cordas
vocais. Além do ressecamento, os problemas vocais podem estar associados a
alterações posturais, especialmente a tonicidade
muscular, tensão musculoesquelética, hiperextensão cervical, assimetria facial,
protrusão de ombros, escápulas aladas, cifose dorsal, hiperlordose lombrar,
protrusão abdominal, desnivelamento pélvico, valgismo de joelhos ( joelhos em
X) e pés planos.
v Biomêcânica do complexo orofacial
Por tudo que já foi descrito
anteriormente, podemos concluir que o
sistema bucal é parte integrante de uma biomecânica corporal estática e
dinâmica. Neste sistema podemos ter uma causa ou uma consequência.
Em se tratando de pacientes com
sequelas do desenvolvimento neurológico, o atraso no crescimento e desenvolvimento
pode comprometer ações musculares,
posturas e funções, alterando assim a biomecânica funcional.
A Biomecânica do complexo oral, um
esboço de forças agonistas e antagonistas, foi inicialmente estudado
focalizando a cabeça, pescoço e cintura escapular com seus elementos orais e
seus músculos. Posteriormente, com maior esclarecimento e uma visão holística,
este estudo ampliou sua visão, desfocando o olhar terapêutico para outras
estruturas como tronco, pélvis, membros inferiores e pés.
Assim sendo, o grupo muscular flexor
anterior da cabeça, representado pelo grupos da mímica, músculos supra e infra
Hioídeos devem trabalhar em sintonia com músculos do pescoço, na tarefa de
manter o equilíbrio da cabeça. Como os músculos infra hioideos apresentavam sua
inserção na cintura escapular, esta estrutura se tornou importante na
manutenção da sustentação da cabeça. Além do trabalho de sustentação da cabeça existem
outras funções para este trabalho coordenado. Podemos mencionar a importância de
outros músculos e de suas inserções, por
exemplo o Músculo constritor médio de faringe.
v Músculo Constritor Médio de Faringe
O osso Hióide se mantem na região
central do pescoço por meio de sustentação muscular e se torna interessante
salientar suas inserções e suas origens musculares, considerando uma em
particular: Constritor médio de faringe.
Os músculos da faringe são
constituídos de uma camada externa circular de 3 feixes e, uma camada interna
longitudinal.
A camada externa circular se
subdivide em feixe constritor superior, médio inferior. O Músculo Constritor superior é o mais fraco e complexo músculo
faríngeo. É formado por 4 feixes musculares distintos:
Pterofaríngeo (tem ação mecânica
velofarínge), Pterigomandibular , Milofaríngeo.e
Glossofaríngeo. Sendo o Pterigomandibular o musculo BUCOFARÍNGEO que limita Músculo Bucinador da Musculatura Constritora da
faringe.
O Músculo Constritos médio da faringe: se insere na Aste maior do
osso Hióide.
Como podemos observar o Músculo
Constritor Médio de faringe tem uma localização muito peculiar no Osso hióide.
Esta conexão nos indica que, a
posição do pescoço interfere na posição do osso Hióide assim como, a posição do
osso Hióide interfere na posição do pescoço. Considerando que o Músculo Constritos
Superior se insere no músculo Bucinado, também ele pode auxiliar na ação do
Bucinador. Assim sendo mostra se a importância da musculatura posterior para o
equilíbrio e a Biomecânica Oral.
Neste momento, considerando a
importância das estruturas superiores, para o sinergismo muscular, devemos
pensar que, na ausência de uma posição adequada do tronco, esta extremidade
superior se mostrará incapaz de manter ação equilibrada antigravitacional pois,
a cintura escapular necessita do tronco e da cintura pélvica.
Desta forma, o esquema que melhor
representa as forças equilibradas para as reações de endireitamento,
posicionamento do centro de gravidade ( que passa pela mastoide), distribuição
do centro de massa e o centro de pressão é a que confere todas as cinturas e a
base de apoio, seja sentado ou em pé.
Toda
sequela de sistema nervoso central, apresenta interferência nas respostas
motoras. As respostas motoras que sofrem
a carência de um sistemas, que auxiliam na correção do movimento, perde
a oportunidade de automatizar posturas e movimentos funcionais. Adicionado ao
fato de que o indivíduo com sequela neurológica pode apresentar comprometimento
de outros sistemas ( sensoriais) associados, as informações aferentes ausentes
ou deficitárias não favorecem o estabelecimento da postura, do equilíbrio e da
Biomecânica funcional.
Contudo,
é possível encontrarmos indivíduos que, mesmo com sequelas, exercem função de
alimentação e fala, podem manter uma postura no espaço e muitos adquirem certa
independência. Graças ao fator de resiliência individual, encontramos pacientes
que suplantam as dificuldades e se tornam semi ou totalmente independência.
No
entanto, as deformidades ósseas estão sempre presentes e o processo final,
quase sempre é a cirurgia corretiva, ou o uso de ortopedia funcional.
Após
alguma intervenção mais drástica, sempre é aconselhado um trabalho muscular
para a manutenção das correções sugeridas e, se as cirurgias e a ortopedia
funcional são indicadas é para oferecer maior funcionalidade ao indivíduo.
É
sabido que nenhuma correção óssea se mantém sem ação muscular e no caso de uma
ortopedia funcional, muitas outras funções precisam ser instalada como reverter
a respiração oral para nasal, redirecionar a posição da cabeça e todos os
elementos que trabalham em conjunto com a cabeça, e não mesmo importante, a
postura e movimento de outras estruturas corporais.
Desta
forma, conhecer como as deformidades se instalam é um trabalho de intervenção à
temo para uma qualidade de vida funcional desde muito cedo.
Observações:
v
Músculos da mastigação e movimentos mandibulares
•
Masseter • Elevação da mandíbula (fecha a boca).
•
Temporal • Elevação da mandibular, Retrusão da
mandíbula (Traciona a mandíbula para trás)
•
Pterigóideo Medial Pterigóideo Lateral • Cabeça
inferior: Depressão discreta da mandíbula ( durante a abertura da boca) •
Lateralidade da mandíbula,quando músculo age sozinho • Protrusão da Mandíbula (
a mandíbula desliza para frente) na ação simultânea dos dois músculos •Elevação
da mandíbula Artéria Massetérica Artéria temporalprofunda anterior Arteria
temporal profunda posterior
Movimentos mandibulares
Movimentos da ATM Músculos relacionados:
Protrusão da mandíbula,
movimento da mandíbula para a frente. Deslizamento nos compartimentos
superiores.
Pterigóideo lateral,
contração bilateral: Retrusão da mandíbula, movimento da mandíbula para trás.
Deslizamento nos compartimentos superiores.
Parte posterior do
músculo temporal, contração bilateral
Elevação e retrusão da
mandíbula, fechamento da boca.
Deslizamento nos
compartimentos superiores e rotação nos compartimentos inferiors.
Masseter, temporal e
pterigóideo medial: contração bilateral Depressão e protrusão da mandíbula,
abertura da boca.
Deslizamento nos
compartimentos superiores e rotação nos compartimentos inferiors.
Músculos supra-hioideos
e cabeça inferior dos pterigóideos laterais, contração bilateral, lateralidade da mandibula.
Deslizamento em um dos
compartimentos superiores e rotação no compartimento superior do lado oposto.
Pterigóideo lateral,
contração unilateral
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Cecilio L, Abdías R.
Trastornos temporomandibulares y alteraciones posturales de la columna cervical
en personal asistencial del Departamento de Odontología del Hospital Militar
Central.
Regina Donnamaria Morais
tel: 011 994208676
fonoaudiologianeuroevolutiva.blogspot.com